O EXÍLIO COMO SOLUÇÃO DO CONFLITO
Mas quem pode ó Deus, confiar no destino, quem pode devassar os arcanos do futuro?
Volvem anos, Eugénio Tavares, está agora entregue a uma horda de inimigos, que a febre da ambição estimula e o prazer da vingança enlouquece. Serpa Pinto regressara a Lisboa; a administração da Colónia fora confiada a um dos mais acérrimos adversários do malogrado poeta e polemista.
Soara o momento mais grave da sua vida luminosa, mas, golpeada de cruciantes infortúnios. Diante dele, ergue-se agora um dilema terrível; deixar-se esmagar ou afastar-se do rincão florido onde nasceu, onde amou muito e sofreu demais. Instado, forçado pela família e por numerosos amigos, resolveu partir. É a América do Norte que ele escolhe para exílio.
Ah! Quem pode avaliar a tempestade de amargura, de desespero, que rugiu dentro do seu grande coração, ao deixar Pátria, lar, entes adorados, naquele momento de inespremível agonia, em que até o solo da Brava tremeu, (estranha coincidência), como que sacudido por uma convulsão de dôr, enquanto, mil lenços brancos, agitados por mãos nervosas, espalhavam saudades pelos ares!
João José Nunes
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