![]() |
||
![]() |
||
![]() |
||
![]() |
|
||||||||||||||||
Eugénio Tavares na Ilha de Santiago A Ilha-Mãe de todos os caboverdeanos, foi a primeira a ser descoberta, sendo de todas a maior. Nela se cruzou a cultura europeia com a africana , gerando uma raça, uma nação. Cidade Velha ou Ribeira Grande, antiga capital, foi a primeira cidade que os portugueses criaram em África ao darem novos mundos ao mundo.Cidade da Praia, a actual capital, comporta hoje 70 mil almas plenas de vida e de côr.
Lindas paisagens, oferecem-nos montanhas, vales e ribeiras de raro encanto. A sua gente simpática e afável, encanta a cada passo, com vestes coloridas e garridas, seu falar crioulo em melodia, seu porte esbelto na paisagem, mantendo as raízes e costumes da mãe África e de Portugal Europeu. Santiago, um caldeirão de cultura e tradições, manteve-se até hoje a Ilha mais Africana e Eugénio quis viver essa realidade indispensavel á sua formação.
Feito Recebedor da Fazenda Pública no Tarrafal, apareceu-lhe oportunidade para se embrenhar nos costumes e tradição, na alma do povo que se radicara atrás desses montes em defesa e preservação dos seus hábitos mais sagrados.
João José Nunes, um dos biográfos e familiar de Eugénio, exalta essa presença em Santiago, afirmando ser a terceira importante componente cultural do poeta, depois da Ilha Brava e São Vicente. Santiago afigura-se como a catedral de cultura africana, onde o neófito entraria para um baptismo de africanidade, que lhe faltava e viria influenciar toda a sua obra. Tarrafal estava inscrito na rota misteriosa desse destino traçado à nascensa. Enquanto no Tarrafal, atravessa vezes sem conta essa paisagem celestial de 80 Kms até à Praia, fitando esses misteriosos montes e vales. Mantém permanente contacto com o povo vernáculo e de puro sangue africano. Assim como na Brava, vive no meio do povo, convive, escuta e regista os seus anseios, seus sofrimentos, as injustiças e a falta de liberdade do seu dia a dia. Volvido algum tempo, o poeta inquieto e cheio de saudades quis mudar-se para a Brava, onde foi nomeado Recebedor da Fazenda Pública. Em 1887 Eugénio tem 22 anos; deixa Tarrafal, mas leva o povo de Santiago no coração. Vai preocupado com o seu abandono e marginalização. Não esquece as injustiças e cedo, na imprensa local, se lança numa luta sem tréguas pelos direitos e pela felicidade dos mais desprotegidos. Até à sua morte o Poder não teve descanso e o Povo teve um amigo em sua defesa. |
|
|||||||||||||||