Eugenio Tavares.org Biografia e Obra    
 
Entrada do Sitio Contactos
 
Eugénio Tavares
Pesquisar EugenioTavares.org Notícias de eventos culturais relativos a Eugénio Tavares A Obra Factos biográficos

Homenagem da Imprensa Escrita a Eugénio Tavares, por Larissa Rodrigues
1994

ARTILETRA - JORNAL REVISTA DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA

LARISSA RODRIGUES - HOMENAGEM SINGELA MAS MUITO VALIOSA

Segundo nos diz Corsino Fortes, Isabel Lobo ou Manuela Ernestina Monteiro, a Ressurreição de Eugénio Tavares deu-se quando o primeiro Presidente da República de Cabo Verde democraticamente eleito, Doutor António de Mascarenhas Monteiro, condecorou o Poeta com a Primeira Classe da Ordem do Dragoeiro. No acto da cerimónia da Condecoração, o Presidente prometeu publicar as obras de Eugenio Tavares e despoletou assim uma recuperação ou mesmo uma autêntica ressureição de eugénio Tavares.

Foi a partir da Condecoração que se acordou de um sono de quase vinte anos, desde os primeiros dias da Independência de Cabo Verde. Durante esse período bem longo parece que toda a gente se esqueceu de Eugénio Tavares, além do Povo que nunca deixou tê-lo no seu coração e de cantar as suas Mornas. O Presidente Mascarenhas Monteiro veio a tempo valorizar essa figura então meio esquecida. E a isso se intitulou e bem de uma autêntica Ressurreição.

Mas antes da condecoração houve uma Senhora que abriu os caminhos para tal Ressurreição. Essa Senhora, Russa de nascimento e Cabo-verdiana de Adopção foi Larissa Rodrigues.

Larissa Rodrigues, em meados de 1994 como editora da ARTILETRA, agiganta-se como percursora na Cultura de Cabo Verde, apresentando um número do seu "Jornal" em que pretende ressuscitar Eugénio Tavares. Pela primeira vez depois da Independência, Larissa Rodrigues apresenta um Eugénio Tavares em cabeça, tronco e membros, ou seja, um Eugénio Poeta, Escritor, Compositor, Jornalista, Nativista e Anunciador da Autonomia para Cabo Verde. Nesse número Larissa apresenta uma investigação invulgar em Cabo Verde, escrevendo sobre Eugénio Tavares como nunca ninguém havia feito antes.

Artiletra, Jornal/Revista de Educação, Ciência e Cultura. Nº Especial dedicado a Eugénio Tavares, 1994

Larissa Rodrigues apela a Félix Monteiro (o qual tinha em sua posse parte do espólio que havia já recolhido) a publicação dos escritos e endossa aos responsáveis o acto de recuperação do património cultural de Eugénio Tavares.

Artiletra, Jornal/Revista de Educação, Ciência e Cultura. Nº Especial dedicado a Eugénio Tavares, 1994

Nessa altura, Mascarenhas Monteiro decide condecorar Eugénio Tavares, atribuindo ao Poeta uma das mais importantes condecorações na área da Cultura em Cabo Verde. Larissa havia contribuído de forma essencial para essa Ressurreição ao publicar através da sua Revista um número especial sobre Eugénio Tavares.

Artiletra, Jornal/Revista de Educação, Ciência e Cultura. Nº Especial dedicado a Eugénio Tavares, 1994

Vadinho Velhinho, o Poeta, o Filósofo, o Pensador, apresenta nesse número da "Artiletra" o problema do porquê de Larissa e não de um Caboverdiano nesse apelo à recuperação de Eugénio Tavares. Parabéns a VADINHO VELHINHO também pela sua contribuição.

Muito obrigado Vadinho que bem como Larissa Rodrigues preparou a tão falada Ressurreição de Eugénio Tavares.

Levantemos assim um monumento de carinho, de afecto e de respeito em Homenagem a Larissa Rodrigues por tudo o que fez em prol de Eugénio Tavares. Que Larissa seja para sempre assim lembrada com muito respeito e consideração, enquanto for lembrado Eugénio Tavares.

Vadinho Velhinho
Percursor na "ressureição" de Eugénio Tavares

Tornou-se aqui evidente quão valiosa foi a Edição Especial da Revista Artiletra de Agosto de 1994, apresentando um Eugénio Tavares na sua verdadeira dimensão de Poeta, Escritor, Compositor, e Jornalista que dominou a cena cultural de Cabo Verde entre 1890 e 1930. Mas a grande tónica da revista está também num brilhante artigo de jornalismo escrito por Vadinho Velhinho sob o título EIS O HOMEM. Sempre vigoroso quando escreve, o articulista esmerou-se num português de mestre e lançou as garras duma crítica lúcida e até feroz a Felix Monteiro para que saísse a lume os escritos de Eugénio Tavares.

Esse artigo foi recebido por muitos com grande entusiasmo e muitas vozes secundaram Vadinho e chegaram até Félix Monteiro para que ele abreviasse a saída dos livros. De Portugal foram muitos os pedidos tornando o artigo de Vadinho num apelo quase nacional à publicação das obras de Eugénio. Torna-se assim necessário neste momento lembrar esse excelente trabalho de Vadinho Velhinho.
Artigo de Vadinho Velhinho, inserido no jornal "Artiletra"

Para saber mais sobre o jornal "Artiletra", poderá contactar directamente as Edições Artiletra, Caixa Postal 359, S. Vicente - Cabo Verde, ou então, através dos endereços de correio electrónico artiletra@hotmail.com ou artiletra@cvtelecom.cv.

Informações adicionais

Larissa Rodrigues

"Alguém atreveu-se a chamar-me estrangeira! Perante a Rússia ?
Perante Cabo Verde?
Ou o Universo inteiro? Talvez para com a Poesia que sinto e bebo nos Infinitos dos dias?
Sim, sou Russa e sou Cabo-verdiana.
Sou cidadã do Mundo!
E ninguém, seja quem for, poderá negar esse direito que Deus e o destino me concederam."


Larissa Rodrigues

 

E mais se pode ler no Artiletra:

Nesta edição especial, além de um excelente excerto de jornalismo por Vadinho Velhinho, Larissa Rodrigues nos comove no seu artigo «O tema MÃE na literatura cabo-verdiana e na obra de Eugénio Tavares». Larissa vai mais longe na sua investigação e nos apresenta além de Eugénio, esses outros "monstros sagrados"da intelectualidade caboverdeana falando de Eugénio:

José Manuel Nobre de Oliveira que se ocupa de Eugénio como "O PRÍNCIPE DOS JORNALISTAS CABOVERDIANOS". Pela primeira vez, o jornalista Eugénio é apresentado como tal numa linguagem moderna. Nobre de Oliveira rebusca o jornal "A Alvorada", editado nos EUA e nos diz que Eugénio Tavares sonhara nessa altura com uma Autonomia para Cabo Verde, isto, setenta e cinco anos antes do povo de Cabo Verde ter não só uma Autonomia mas sim uma total Independência. José Manuel, viveu anos de bonita infância na Brava e quem quiser deleitar-se que compre o seu livro A IMPRENSA CABOVERDIANA 1820-1975 por apenas 25 Euros ou 25 dólares na Fundação Oriente em Lisboa, claro que depois de ter lido Artiletra.

Francisco Lopes da Silva
Ocupa-se de Eugénio como cidadão e intelectual brilhante desse Cabo Verde culto nos primeiros vinte e cinco anos do século vinte. Assina o artigo «In Memoriam de Eugénio Tavares» que revive Eugénio no dia a dia do seu viver e confirma essa figura misteriosa e teluricamente amorosa. Lopes da Silva herdou a biblioteca de José Lopes e nos diz de Eugénio o que faltou ao José Lopes ter dito por falta de tempo ou de espaço na comunicação social.

Jorge Barbosa
Vê Eugenio Tavares num futuro vivo em lendas e tradição.e nos diz «Foi na justeza do termo, uma figura cabo-verdiana, daquelas que a lenda e a tradição mantém vivas no projecto do futuro. Eugénio foi um grande porque nunca lhe faltou a fé de um grande e tinha a alma temperada dos Eleitos e porque sofreu imenso, sem tombar embora, à perseguição dos homens e às torturas da vida.»

António Aurélio Gonçalves
"Nhô Roque" - Eugénio Tavares é, sem contestação a mais vibrante organização lírica caboverdeana. Foi colocado por Osório de Oliveira na "lignée" que vai de Camões a João de Deus É efectivamente entre os grandes exaltadores portugueses do sentimento humano que teremos de situar Eugénio para que ele fique entre os seus pares. Eugénio foi em verdade o grande poeta do amor: o amor que exalte e dignifica, que eleva os homens a semi-deuses.

Vasco Martins
A Morna de Eugénio Tavares: Uma breve aproximação musicológica e poética. A importância de Eugénio Tavares na Morna é sobejamente conhecida: foi ele um dos primeiros compositores a catalizar as heranças da Morna primordial da Boavista, onde provavelmente nasceu com influências do ultra-romantismo português e do fado..mas é na poesia crioula que Eugénio mais se notabilizou pela construção de um estilo, um dos primeiros compositores a sistematizar a "sodade", a "partida" e que compôs a primeira morna dedicada a "hora di bai".

José Alves dos Reis
"Subsídios para o estudo da morna" da autoria do maestro José Alves dos Reis, trabalho destinado ao projectado Boletim do Centro de Cultura 1954, que não chegou a ser publicado, e que viu luz somente em 1984, nas páginas da distinta Revista Raízes Nº. 21.

Baltazar Lopes da Silva
Mas quem ousará negar a qualidade literária dessas pequenas obras primas que são a tradução crioula da «Engeitadinha » de João de Deus e das endechas «Barbara Escrava - Quel bonita Scraba Qui tenem catibo» de Luis de Camões, feita por Eugénio Tavares ? Eugénio Tavares que na sua poesia em crioulo leva este sentimento amoroso às delicadezas de captação afins de redondilhas camonianas. Mais uma vez Eugénio Tavares! Que sendo como foi profundo conhecedor e falando do crioulo - dominava como poucos a língua portuguesa, que ele escrevia com uma pureza, um nervo e um à vontade a raros apenas concedida !

Gabriel Mariano
Amor na poesia de Eugénio Tavares (Fragmentos da Palestra de Gabriel quando frequentava a secção de letras no Liceu Gil Eanes). Eugénio Tavares, foi o primeiro dos poetas genuinamente cabo-verdianos porque foi ele o primeiro que tentou interpretar Cabo Verde. Um tanto restritamente, pessoalmente é certo porque ele ainda como frisa Osório de Oliveira não tinha experimentado aquela liberdade de inspiração dos poetas de hoje. Existiram com ele outros poetas, todos nós sabemos. Mas estes eram poetas como os da Metrópole (Portugal Continental).

Artur Vieira
Nascido na Ilha Brava, radicou-se muito cedo no Brasil. Distinto Académico, Escritor e Poeta entrou para a Academia Brasileira de Letras onde escolheu Eugénio Tavares para seu patrono. Tem muita obra publicada desde peças de Teatro a Romances, tais como Matilde que debruça sobre a História Trágico Marítima de Cabo Verde. Matilde narra o desaparecimento do navio com esse nome que viajava a caminho dos Estados Unidos com dezenas de Bravenses a bordo. Artur Vieira afigura-se como um excelente dramaturgo ao tratar desta tragédia. Neste número de Artiletra citamos o que Artur Vieira diz de Eugénio Tavares:

"APOTEOSE - A inspiração me alçou aos páramos do Infinito onde figuram mundos de infinita singeleza. Os arcanjos entoam sacros madrigais, Eu fito a opulência diáfana da Eternidade! Um vate reza.Quem será? E porque algemado de mística tristeza? Ah é um trovador nostálgico que anseia os pátrios ares e que quer voltar a Cabo Verde!

Seu nome? EUGÉNIO TAVARES."

Página anterior  Topo  Página seguinte
Biografia  Obra  Contactos  Notícias  Pesquisar
© 2004-2012 Todos os direitos reservados | Eugénio Tavares.org