Visita de cortesia de Sua Exa. o Senhor Embaixador José Manuel Pinto Teixeira, Chefe da Delegação da UE, a Cabo Verde - 6 de Novembro de 2012
Contributo da Fundação Eugénio Tavares e Núcleo dos Amigos de Eugénio Tavares
sub-titulo
Exmo. Senhor
Presidente da Câmara Municipal da Ilha Brava Orlando Balla
Acusamos a receção da sua mensagem acerca da visita de cortesia do Senhor Embaixador José Manuel Pinto Teixeira à Ilha Brava e vimos confirmar com muita satisfação toda a nossa colaboração.
Orgulhamo-nos de possuir no espólio Eugénio Tavares um trabalho de recolha, proteção e divulgação de toda a História da Ilha Brava sobretudo entre 1830 e 1930, época essa preponderante para a família Senna Barcelos e a Historia de Cabo Verde.
O sitio da internet www.EugenioTavares.org será devidamente atualizado para que também os membros da referida delegação possam inteirar-se dos pontos históricos e das personalidades da Ilha Brava.
Sugestão de locais a visitar na Ilha Brava:
Antiga casa de José Pedro de Sena
Localidade de Jaracunda
Escola Senna Barcelos
Igreja de São Joao Batista
Capela de Santa Barbara
Vila Berta - Pé da Rocha
Casa dos Sena Martins na Rua Direita
Casa de Aires de Sena
Personalidades destacadas:
José Pedro de Sena – Primeiro Capitão Mor da Brava
Eusébio do Valle de Sena seu irmão Lucas de Senna Administradores da Grão Pará
Francisco José de Sena, filho de José Pedro e Feitor da Real Fazenda
Maria José de Sena, sua filha casada com Francisco Barcelos
Cristiano de Sena Barcelos e sua irmã
Hipólito de Sena Barcelos
Lembramos que durante a governação de Serpa Pinto, no rondar de 1900, a vida cultural cabo-verdiana elegeu dois “Delfins” bravenses e preponderantes, nomeadamente Eugénio Tavares e Cristiano de Senna Barcelos, dois lutadores para a Felicidade e Engrandecimento de Cabo Verde como se dizia na época.
Desejamos uma excelente visita ao Senhor Embaixador e um bom trabalho ao Senhor Presidente Orlando Balla.
Melhores cumprimentos,
Fundação Eugénio Tavares – Nucleo dos Amigos de ET em Portugal
Eugénio de Paula Tavares de Sena

Genealogia da Família Sena
(Senna na grafia antiga)
A família Sena é das mais antigas famílias radicadas em Cabo Verde, ocupando sempre lugares de grande evidência na estrutura social daquele arquipélago. Um dos mais antigos membros, José Pedro de Sena, chegou a Cabo Verde em 1757, como funcionário superior da companhia Grão Pará e Maranhão, fundada pelo Marquês de Pombal no reinado de D. José I, e que tinha o exclusivo do comércio nessa região e vasta área da África e do Brasil. Mais tarde ascendeu a Capitão-Mor da Ilha Brava. Veio acompanhado pelos seus irmãos, Eusébio do Valle Sena e Lucas de Sena.
José Pedro de Sena, por razões políticas, obrigou o seu irmão Eusébio a abdicar do apelido “Sena”. A rivalidade que se instalou entre os irmãos foi tal que Eusébio mandou construir a Capela de Santa Bárbara para que os mesmos não se encontrassem na Igreja Matriz de S. João Baptista durante os atos do culto. Homem valoroso, fez frente a várias incursões de invasores holandeses, ingleses e franceses à Ilha Brava, notabilizando-se sempre em defesa das suas propriedades, dos habitantes e da ilha.
Deixou vários descendentes, entre os quais sua neta D. Maria José de Sena, que casou com o capitão Francisco Barcelos, valoroso combatente das lutas liberais que se refugiara na ilha Brava. Desse casamento nasceu o capitão-de-fragata e grande historiador, Cristiano de Sena Barcelos, autor da monumental obra “SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DE CABO VERDE” em seis volumes.
Cristiano de Sena Barcelos foi casado com D Ana Pereira de Sá Nogueira, filha do contra-almirante Rodrigo de Sá Nogueira e sobrinha do Marquês de Sá da Bandeira. Natural da Ilha Brava, foi oficial da marinha e investigador da história da Guiné e Cabo Verde. Realizou numerosas observações náuticas e dedicou-se a paciente crítica de Zurara, Rui de Pina, Damião de Gois, João de Barros e Cadamosto, trabalhos constantes do Arquivo de Cabo Verde, Torre do Tombo, Concelho Ultramarino, Sociedade de Geografia de Lisboa e outras bibliotecas da Europa e Estados Unidos. Possuidor das mais altas condecorações portuguesas, foi membro da Academia de Ciências de Lisboa e outras organizações culturais. Jaz no Cemitério dos Prazeres, ao lado de sua mulher, não tendo deixado descendentes.
Sua irmã, Maria Luísa de Sena Barcelos, é tida como a primeira poetisa genuinamente Cabo-verdiana, senhora de grandes virtudes e influência na Sociedade do seu tempo. Foi uma das fontes de conhecimento para Eugénio Tavares na área da poesia.
Outro irmão, Hipólito de Sena Barcelos, foi médico de grande renome pelas terras da Índia Portuguesa tendo lá morrido com 30 anos de idade.
Por volta de 1860, um membro da família, Sebastião José de Sena, Comandante da Marinha Mercante Portuguesa e Brasileira, casa-se com D. Henriqueta Tavares de Sena, filha de Eugénia Roiz Nozolini Tavares, natural da Ilha do Fogo, descendente de José Pedro de Sena e irmã de Eugénio Tavares.
Deste casamento nasceram os filhos Eugénia, Arminda, Francisco, João, Henriqueta, Amélia e Virgílio, únicos herdeiros biológicos de Eugénio Tavares. Os sete sobrinhos do Poeta, filhos da sua irmã Henriqueta, deixaram mais de uma centena de descendentes hoje dispersos por Cabo Verde, Europa e América.
A família Sena da Ilha Brava está também relacionada com a família Sena oriunda da Ilha de São Vicente; desta última destacam-se alguns membros como Adérito Sena, grande figura do desporto cabo-verdiano; Hermínio Sena, Herói de Mucaba; Licínio Sena, Alector Sena e Lindinha Sena, esposa do Comodoro Duarte Silva.
Os Senas foram essencialmente homens do Mar, no ramo da Marinha de Guerra e Marinha Mercante, excetuando a geração atual.
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