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Eugénio Tavares
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Um feliz regresso, depois de alguns tristes regressos - 1910

Implantada a República em Portugal, a 5 de Outubro de 1910, Eugénio regressa definitivamente a Cabo Verde, após diversos regressos clandestinos, apelidados pelo próprio poeta de "tristes regressos". Caucionado pela fiança dos bens de seu pai, Dr. José da Vera Cruz, e de alguns comerciantes locais, feito republicano convicto, o poeta regressa para festejar a República perante os olhares de admiração e de carinho do povo de Cabo Verde.

O povo da Ilha Brava contempla o seu poeta recém chegado dos Estados Unidos.


A nova bandeira da Républica Portuguesa.

Canção composta e dedicada por Eugénio Tavares à recém proclamada república - 1914

Governador Marinha de Campos., o primeiro governador republicano de Cabo Verde, em 1910

A VOZ DE CABO VERDE
REDACTOR EUGENIO TAVARES - FIAT LUX

Na quarta-feira dia 1 de Março de 1911, saiu à luz do dia na cidade Praia, o primeiro número do jornal A VOZ DE CABO VERDE, tendo como director Gustavo Carlos da Fonseca, o administrador Abílio Monteiro de Macedo e como editor João Maria Parreira. O jornal era propriedade da empresa "A Voz de Cabo Verde", cujo dono era administrador do referido jornal e era impresso nas oficinas da Imprensa Nacional de Cabo Verde, o que revela que o Governador Marinha de Campos não era contrário à iniciativa. Por outro lado, ainda que o seu nome não figurava no cabeçalho do jornal, Eugénio Tavares era o redactor da Voz de Cabo Verde e era a figura que dando corpo ao jornal, escondia tudo aquilo que o Poder não iria gostar de ver no jornal - a defesa dos direitos humanos do povo de Cabo Verde.

Apresentando-se como "Semanário Democrático dedicado aos interesses da Província de Cabo Verde", o novo jornal posicionava-se politicamente, logo no primeiro editorial, "FIAT LUX", a favor do novo regime republicano e português. Saudava a proclamação da Republica em Portugal e descrevia o novo regime como a luz que vinha rasgar as "trevas" da Monarquia. A própria existência d'A Voz de Cabo Verde, era a prova de que a luz jorrava também no Arquipélago. Presta-se homenagem ao Governador Marinha de Campos, para quem não há ricos nem pobres, não há brancos nem pretos: há justiça e só justiça. Houve espaço para literatura, denúncias de mau funcionamento das instituições públicas, actividades culturais e vida social da província. Noutra primeira página congratula-se com a presença de Eugénio Tavares na cidade e a expulsão de funcionários metropolitanos mais detestados.

J.M.Nobre de Oliveira

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Exemplares da Voz de Cabo Verde .

 
Eugénio Tavares - 1912  
Informações adicionais
A REPÚBLICA PORTUGUESA

A cinco de Outubro de 1910 é proclamada a República em Portugal sendo a segunda na Europa a seguir à República Francesa. A República prometia nova luz ao mundo português, mais liberdade e igualdade de oportunidades (na altura estava em voga a expressão em latim, Fiat Lux , ou "faça-se luz", em português). Em Cabo Verde foi considerada como o início de uma nova era, em que todos os problemas locais seriam solucionados.

Entusiasmado, Eugénio regressa de imediato a Cabo Verde, cheio de esperanças na liberdade conseguida sob a nova bandeira verde-rubra.

Durante os dez anos de exílio, e tendo já aderido à Maçonaria, Eugénio havia-se tornado membro do partido republicano e encontrava-se assim em vantagem política no terreiro da luta.

Um mês depois Eugénio já se encontrava na cidade da Praia para receber o novo Governador Republicano da Colónia, Marinha de Campos. À semelhança do que havia acontecido no passado com o antigo governador Serpa Pinto, o Poeta oferece o seu apoio e a vontade de colaborar na orientação dos destinos de Cabo Verde.

Aceitando a colaboração de Eugénio Tavares, Marinha de Campos estabelece um acordo e oferece-lhe os serviços da Imprensa Nacional de Cabo Verde para a publicação de um novo jornal. Ficam assim abertos novos horizontes para a Colónia.

Juntamente com Abílio de Macedo (como administrador) e João Maria Parreira (como editor), fundam o jornal "A Voz de Cabo Verde", impresso na Imprensa Nacional de Cabo Verde. Eugénio assumiu as funções de redactor, embora o seu nome não figurasse na lista de colaboradores directos do jornal. Tal deveu-se ao facto de ainda estar pendente em tribunal o processo que acusava injustamente o Poeta, processo esse que havia forçado o seu exílio nos Estado Unidos.

Abria-se assim uma nova era na vida daquele que durante dez anos sofrera no exílio todas as tormentas e perseguições na amargura e no desterro, longe da sua terra natal.

 

 

 

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